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    Os quatro principais personagens de The Ledge possuem em comum algum tipo de tragédia pessoal em seu passado recente que parecem se aflorar num mesmo momento instante, provocando profundas discussões e reflexões sobre suas crenças e descrenças.

O primeiro  que conhecemos, é o investigador de polícia Holis, que ao visitar uma clínica de fertilidade a fim de doar seu esperma para um casal de amigos, recebe a notícia de que sempre fora estéreo. Com um casamento e família até então felizes, com mulher e o casal de filhos, seu dia ficará ainda mais difícil depois que recebe a incumbência de “negociar” com um possível suicida, prestes a saltar do alto de um prédio. O suicida é Gavin, um homem bem racional e convicto de sua descrença em Deus e nas religiões, e que por trás de um comportamento espirituoso, carrega um drama de seu passado que não condiz muito com seu comportamento atual.

No alto do prédio, Hollis inicia uma conversa com Gavin, a fim de tentar impedi-lo e ao mesmo tempo saber os motivos que resultaram naquela situação, antes que o relógio de uma velha igreja aponte às 12:00, hora em que Gavin diz que saltará. Assim, Gavin vai relatando os eventos que antecederam aquele dia, onde por conta de uma grande coincidência, acaba sendo chefe de uma nova vizinha em seu prédio, (Shana), cujo marido (Joe), um cristão praticamente fanático, tenta lhe impor sua visão sobre o mundo e a salvação pós-morte. Apesar de ser claramente um filme ateísta, The Ledge promove um debate sobre a crença em Deus e nas religiões, em diversos momentos, contrapondo os dois lados em discussões tão acaloradas quantos alguns sermões que vimos na tv em alguns programas religiosos.

Enquanto Gavin é o oposto de Joe, Shana parece ser uma pessoa ainda em busca de respostas, mesmo não demonstrando isso ao seu marido, assim como também é Hollis, que apesar de católico, também parece nunca ter se auto-interpelado junto a questões maisfilosóficas e racionais a respeito do tema “Deus”. Nessa idéia, está um dos pontos fortes do filme, em mostrar a forma como uma tragédia pode provocar diferentes reações, cravando em suas vítimas diversas formas de lidar com a vida que seguirá, seja de forma racional, ou mesmo na crença em algo jamais evidenciado. Para alguns, a tragédia é provação, para outros, a certeza de que além da vida, nada existe,e de que estamos realmente sozinhos, sem um “pai” a nos olhar e proteger.

O filme, além de interpretações fantásticas de Charlie Hunnam ( Gavin), Liv Tylerm (Shana), Terrence Howard (Hollis) e Patrick Wilson (Joe), traz também outras questões como o amor, a liberdade, o pecado. E nos faz refletir no poder de certos dogmas, que nos ditam regras de forma quase que irracional, usando um grande livro negro como parâmetro de algo divino, ainda que metafísico.

Trailler

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